terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O clube do livro do fim da vida - Will Schwalbe

Eu deveria ter percebido pela capa que se tratava de uma biografia mas aparentemente a frase ''uma história real...'' me passou despercebida, então imaginem quão foi minha surpresa quando descobri que o livro não era ficção... e adorei, consegui me envolver bem mais. Pena que é uma história tão triste. 

''Estamos todos no clube do livro do fim da nossa vida, quer admitamos isso, quer não; casa livro que lemos pode muito bem ser o último, cada conversa pode ser a derradeira.'' Pág. 245

O livro vai nos apresentar Mary Anne, uma mulher guerreira, altruísta, filantrópica e leitora compulsiva quando acaba de descobrir que o cansaço e a palidez presentes nela nos últimos dias não é apenas fruto de alguma infecção adquirida nos diversos países em que viajou, mas sim um câncer no pâncreas. Além de ganhar apoio incondicional da família e amigos, Anne juntamente com seu filho Will formam uma espécie de clube do livro com o intuito tanto de trocar experiências de leitura como para passar o tempo durante as sessões de quimioterapia a que a paciente teve que se submeter. É na troca de figurinhas entre os dois que a relação mãe e filho vai ficando mais forte e as personalidades de ambos vão florescendo a cada identificação em algum livro. 

Cheio de conteúdo, o leitor acaba participando também do clube do livro, recebendo dicas e recomendações de livros da literatura universal. Mary Anne foi ativista em campanhas contra a guerra e sobre a importância do feminismo, temas frequentemente tratados durante a narração de Will, que vai nos contar desde a infância de Mary até sua morte por consequência do câncer. 

Como já disse anteriormente, achei que o livro se tratava de uma ficção. Quando percebi que a história era verídica e a pessoa de Mary Anne realmente existiu, aquela chama da esperança faiscou. Pessoas tão boas, prontas para ajudar e que se preocupam com o próximo estão em falta e Mary foi uma delas. Seu sonho sempre foi construir uma biblioteca no Afeganistão, para dar oportunidade de leitura e engradecimento pessoal para as crianças e jovens de um local tão tumultuado. Durante toda a leitura ficamos torcendo para que um milagre (outro tema recorrente na leitura) acontecesse e o câncer fosse só uma memória ruim na vida de Mary (mesmo que no começo do livro ficamos sabendo que o mesmo foi escrito após sua morte) mas é o sentimento que o livro nos passa: fé. 

''Ao longo de toda a sua vida, sempre que estava triste, confusa ou desorientada, minha mãe nunca conseguia se concentrar na televisão, disse ela, mas sempre buscava refúgio num livro. Os livros focavam na sua mente, a acalmavam, a levavam para fora de si mesma; a televisão embaralhava seus nervos.'' Pág. 29
 

Além de tudo isso, o livro trata da celebração da vida e do poder da leitura na vida do ser humano. Todo e qualquer amante de livro vai se identificar. Podemos ser diferentes em vários aspectos, mas temos em comum o amor pela leitura. É uma leitura leve apesar do tema, recomendo! 


2 comentários:

  1. Allison, adorei tua resenha. Fiquei muito curiosa por ler a história de Mary Anne, a jugar pelo seu sorriso - vale muito saber de sua vida e amor pelos livros, principalmente, sobre o que os livros representam na vida das pessoas. Seria maravilhoso se o amor pela leitura fosse contagiante. Porque a literatura possibilita a humanização do homem, nos permite compreender a vida a partir do outro, e isso é muito importante! Abraço, tua amiga - RosalvaMaria

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  2. Eu li este livro e concordo plenamente com vc. Paz e beijos

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